No topo norte do Tiergarten, acima da Straße des 17 Juni e vindo da Hauptbahnhof, há por ali uns caminhos de chão empedrado ladeados de árvores completamente nuas. Ao pé delas, o chão está pejado de folhas carcomidas, de restos de ouriços e das magníficas cápsulas da Castanea sativa ou, em português vernáculo, do castanheiro. O frio não permitia que as mãos estivessem fora das luvas mais do que os segundos indispensáveis para uma fotografia à queima-roupa. Por mais que imaginasse ali um braseiro, e as castanhas em brasa a saltitarem-me nas mãos, a imaginação em nada me aquecia, só me punha fogo no rabo a urgência em andar dali para fora em direcção à Porta de Brandenburgo. Mais adiante, não muito longe, encontrei uns magníficos exemplares do Rubus fruticosus ou, em linguagem de gente, silvas bravas. Esmiuçando a fotografia consegue-se ver as amoras ressequidas e os ramos espinhosos.
A vida por ali está uma bela adormecida à espera de ser beijada pelo príncipe do primeiro verão (em latim, Primavera). Pús de lado a ideia de ir visitar o Jardim Botânico, aonde se vai pelo S-Bahn S1 e que se situa para sul na extremidades da segunda coroa da ferrovia urbana. Era a distância, era o frio, era o estado da natureza, tudo conjurava para que a minha desistência se realizasse. "Dei-lhe para cima", como dizem os anglófonos. Não valia o esforço ir visitar as estufas apenas, por excelentes que sejam. Ali ficou expresso o desejo de voltar na primavera ou no verão para passar uns dias no Botanischer Garten (site) que tem uma área de 43 Tremontelos e um número elevado de estufas (desenho).
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