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Confesso o meu handicap: se observo e me deixo levar pela emoção, não fotografo; se fotografo, não vejo nem me emociono. As coisas acontecem porque têm se acontecer. É o tempo que abre e fecha, que apresenta e guarda, o acontecer das coisas.
Dá-se o caso feliz de repartir as duas tarefas, observar e fotografar, de modo equilibrado. Faço-o de maneira que tenho que recuar, muitas vezes, ao mesmo sítio para fazer o que antes não acabara, pormenorizando fotograficamente uma visão mais global, ou captando fotograficamente o ambiente mais vasto e contextualizador de uma florzinha que, até aí, só tinha sido contemplada ao pormenor.
Mas este vai e vem paripatético da mente e do corpo tem a vantagem de agilizar uma e outro, que isto da idade tem mais que se lhe diga: tem o condão de criar neles depósitos indesejáveis de gordura. E a gordura mental constitui um risco elevado para a saúde da percepção da realidade. |
Este postal foi publicado inicialmente no sítio Visitas a Jardins e transferido para aqui em 2019-10-09 durante o processo de fusão dos dois sítios.