Cenas da clareira

in O Tremontelo

31 de março de 2006

posted by Perdido@0:14

 

A cambada esteve assim, por muito e muito tempo, na traquinice do consistório. Aquilo por lá deu parlapié de bonda até que as coisas aqueceram. O bandoleiro, num desgoverno de contorcionista exaltado, armou uma bravata das antigas com enorme estardalhaço. Foi assim que o entrosado dueto assistiu a uma estereofonia de estampidos e de policromias, que nem era trapaça do olhar, nem era bandalheira do ouvir, mas era coisa mesmo sentida na carne.

Assim estiveram num repetido jogo do empurra, ao despique, empurrando ora dum lado, empurrando ora do outro. Ao cabo duns tempos mal medidos, já estafado da fofoca, o caceteiro tirou de esguelha o mariola do salmonete de dentro da alfarroba. Com a tacanhez de troglodita, puxou para dentro da malga a linguiça trapalhona: após o furibundo e desgastante raspanete, mais parecia uma lesma solteirona a trepar pelo reposteiro acima.

 A provinciana, que se declarara sastefeita da galhofa da calcinha, como se diz no povão, despontou com indolência da bem-aventurança em que jazera.

Já o cretino do perdigueiro, antes de retirar o pirolito do cadafalso, lhe sorvera toda a fécula da leguminosa e deixara o queijinho de salga, por descaminho.

 

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